Wednesday, August 31, 2011

Mário Benedetti

La gente que me gusta

Me gusta la gente que vibra, que no hay que empujarla, que no hay que decirle que haga las cosas, sino que sabe lo que hay que hacer y que lo hace. La gente que cultiva sus sueños hasta que esos sueños se apoderan de su propia realidad.

Me gusta la gente con capacidad para asumir las consecuencias de sus acciones, la gente que arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien se permite huir de los consejos sensatos dejando las soluciones en manos de nuestro padre Dios.

Me gusta la gente que es justa con su gente y consigo misma, la gente que agradece el nuevo día, las cosas buenas que existen en su vida, que vive cada hora con buen ánimo dando lo mejor de sí, agradecido de estar vivo, de poder regalar sonrisas, de ofrecer sus manos y ayudar generosamente sin esperar nada a cambio.

Me gusta la gente capaz de criticarme constructivamente y de frente, pero sin lastimarme ni herirme. La gente que tiene tacto.

Me gusta la gente que posee sentido de la justicia.

A estos los llamo mis amigos.

Me gusta la gente que sabe la importancia de la alegría y la predica. La gente que mediante bromas nos enseña a concebir la vida con humor. La gente que nunca deja de ser aniñada.

Me gusta la gente que con su energía, contagia.

Me gusta la gente sincera y franca, capaz de oponerse con argumentos razonables a las decisiones de cualquiera.

Me gusta la gente fiel y persistente, que no desfallece cuando de alcanzar objetivos e ideas se trata.

Me gusta la gente de criterio, la que no se avergüenza en reconocer que se equivocó o que no sabe algo. La gente que, al aceptar sus errores, se esfuerza genuinamente por no volver a cometerlos.

La gente que lucha contra adversidades.

Me gusta la gente que busca soluciones.

Me gusta la gente que piensa y medita internamente. La gente que valora a sus semejantes no por un estereotipo social ni cómo lucen. La gente que no juzga ni deja que otros juzguen.

Me gusta la gente que tiene personalidad.

Me gusta la gente capaz de entender que el mayor error del ser humano, es intentar sacarse de la cabeza aquello que no sale del corazón.

La sensibilidad, el coraje, la solidaridad, la bondad, el respeto, la tranquilidad, los valores, la alegría, la humildad, la fe, la felicidad, el tacto, la confianza, la esperanza, el agradecimiento, la sabiduría, los sueños, el arrepentimiento y el amor para los demás y propio son cosas fundamentales para llamarse GENTE.

Con gente como ésa, me comprometo para lo que sea por el resto de mi vida, ya que por tenerlos junto a mí, me doy por bien retribuido.

Impossible ganar sin saber perder.

Imposible andar sin saber caer.

Imposible acertar sin saber errar.

Imposible vivir sin saber revivir.

La gloria no consiste en no caer nunca, si no mas bien en levantarse todas las veces que sea necesario.

Bien aventurados aquellos que ya consiguieron recibir con la misma naturalidad el ganar o el perder, el acierto y el error, el triunfo y la derrota...

Sunday, August 28, 2011

Dá para pensar...

Embora eu não seja apologista do Dr. Rogers, na actual conjuntura, em que só se ouve falar de impostos e nada sobre a criação de riqueza acessível ao país em geral, estas palavras, a meu ver, vêm a propósito:

“You cannot legislate the poor into freedom by legislating the wealthy out of freedom. What one person receives without working for, another person must work for without receiving. The government cannot give to anybody anything that the government does not first take from somebody else.

When half of the people get the idea that they do not have to work because the other half is going to take care of them, and when the other half gets the idea that it does no good to work because somebody else is going to get what they work for, that my dear friend is about the end of any nation. You cannot multiply wealth by dividing it”.

(Dr. Adrian Rogers, 1984)

Saturday, August 27, 2011

Aquela outra ideia... (2)

Taipa de pilão e tijolo de adobe

Antes de tocarmos no assunto da ventilação necessária para tornar mais confortáveis as habitações mais simples, que é do que se tratam estes blogues, achei por bem descrever algumas das técnicas existentes para a construção do tijolo cru, tijolo de adobe, adobe, taipa, taipa de pilão, pau-a-pique, ou outros nomes que se lhes possam chamar.

Nas minhas pesquisas encontrei dois sites que dizem tudo. E como não gosto de redescobrir, nem rodas nem pólvoras, aqui vão os dois sites:
Os autores fizeram o trabalho todo. Compete-nos ler, aprender o que fizeram e aplicar às nossas condições locais.

Boa aprendizagem.

Friday, August 26, 2011

Aquela outra ideia...

... acho que vale a pena desenvolver um pouco mais...

Estou a referir-me à ideia, ou às ideias, das habitações em climas tropicais, que podem ser construidas pela população mais carente, a que só tem como recursos os materiais que a terra lhes dá, e pouco mais. O que vou aqui descrever não é meu, ou não é só meu. Muitos estudiosos já trabalharam sobre estes temas. O que eu quero fazer aqui é descrever um conjunto de ideias que podem melhorar as condições de vida das habitações humildes, em climas tropicais, em especial em África e em particular em Moçambique.

Como os climas tropicais não são todos iguais, vou limitar-me ao clima de Moçambique, que também não é todo igual de norte a sul, mas como é um território alongado à beira do Oceano Índico, as diversas zonas do país têm muitas características comuns. Essas características podem resumir-se em:
  • o Sol anda pelo norte todo o ano,
  • temperaturas muito quentes na estação quente,
  • temperaturas amenas na estação fria (embora à noite fique frio),
  • a época das chuvas é na estação quente,
  • o vento predominante vem do Oceano Índico.
E a habitação, o que deve ser? Deve aproveitar estas condições ou defender-se delas, o que acontece com muitos dos tipos tradicionais de construção moçambicana. Mas podemos melhorar sem trair as tradições. E assim precisamos de habitações que:
  • sejam viradas a Sul para não apanharem muito Sol,
  • muita sombra sobre janelas e portas pela mesma razão,
  • criar ventilação natural para refrescar, em especial à noite,
  • aproveitar os ventos do Índico nas zonas costeiras,
  • isolar do calor do Sol, e do frio nas noites da estação fria,
  • usar materiais naturais disponíveis a todos,
  • colher ou cultivar esses materiais.
Esta lista é uma simplificação, mas dá para começar. Depois, com esta base, podemos refinar as diversas características para cada zona do país onde seja preciso construir uma habitação.

Mas antes de partirmos para os detalhes, permitam que vos dê a minha perspectiva: independentemente do formato da habitação, redonda como uma palhota, ou rectangular como uma casa de bloco de cimento, a construção com paredes de barro e telhados de capim são o ideal para o clima de Moçambique. E com um pouco de jeito podemos ter habitações humildes mas confortáveis. O resto, o bloco de cimento, o zinco, não são solução para este clima.

Vamos começar pelo isolamento natural. Num blogue a seguir, falaremos da ventilação natural. Em África é preciso isolar do calor quase todos os dias do ano, e do frio, principalmente à noite.

Na construção tradicional, o capim, o caniço, o tijolo de barro cru, são bons isolantes do calor e do frio. E destes, talvez o tijolo de barro seja o mais isolante, mais resistente, além de não deixar entrar o vento e a poeira como acontece com o caniço ou o capim. Já o bloco de cimento não isola bem, nem do calor nem do frio, e muito menos a chapa de zinco, o que torna essas construções muito desconfortáveis.


O tijolo de barro pode ser feito com uma mistura de casca de arroz ou capim cortado miudinho. Estes materiais, misturados no barro, criam pequenos espaços de ar, o que torna o tijolo ainda mais isolante. Além do barro, também há a terra batida, muito usada em África, mas considerada tradicional e por isso tem caído em desmerecido desuso. Mas está a haver um renascimento deste material e deste modo de construção que usa muito pouca água.

Ora estes materiais dão bem para as paredes. E os telhados?


Para esses, o melhor ainda é o capim e noutras áreas, a folha do coqueiro. Pode ser feito com simplicidade ou com muito detalhe, dependendo da tradição local, e isola bem do calor, do frio, e dos ruídos. Quando bem feito, não há chuva que lá entre. Estas coberturas têm sido usadas por muitos povos em todos os continentes, e está a haver um renascimento, devido às suas qualidades por não precisarem de processos complexos e caros de fabricação.

No próximo artigo vamos conversar sobre a ventilação natural necessária para o nosso clima. Esta é uma contribuição para a melhoria as condições da construção tradicional.

Carta de Abraham Lincoln

AO PROFESSOR DO SEU FILHO:

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

Abraham Lincoln, 1830

Wednesday, August 24, 2011

Criatividade

A criatividade é um termo, é um conceito, que tem dado origem a imensas palestras, workshops, livros e revistas, e dado muito que fazer a especialistas e consultores. É um conceito que todos querem dominar. As empresas querem mais criatividade da parte do empregados para fazerem aumentar os lucros. Os empregados querem ter mais criatividade para serem mais competitivos nos seus postos de trabalho, serem promovidos e ganharem mais dinheiro. E os países querem que haja mais criatividade para que o país seja mais competitivo nos mercados globais, esses que exigem de todos cada vez mais sem, aparentemente, nos retribuirem com algo tangível do que nos prometeram.

Temos até os nossos governantes a apelar para a criatividade porque aí é que está o futuro.

E com tudo isto eu concordo plenamente.

Mas para que possamos atingir essa tal maior criatividade, temos de saber o que é que queremos atingir. Será a criatividade ter mais ideias? Mais ideias geniais? Mais soluções para problemas com que nos deparamos? Penso que sim. É tudo isso. Mas como se obtém criatividade, ou até mais criatividade?

Aí é que a coisa pia mais fino! É aí que entram os tais especialistas, os congressos e os workshops tentando dar-nos soluções, formulas e procedimentos que desenvolvem, ou até geram, essa tão desejada criatividade. E de certo modo, algumas dessas formulas e procedimentos ajudam, mas não é só.

No fundo no fundo, a criatividade é partilha, é participação, é troca de ideias, é um modo de pensar como "... e se fizessemos mais assim para melhorar..." em vez do tradicional " ... nem penses, que isso, está mais que sabido, não funciona..." (eu acho piada, mas mesmo muita, a esse está mais que sabido...). Criatividade é sair do "eu é que sei" abrindo a mente e o peito. A criatividade é osmose, e osmose é, por assim dizer, um processo difuso em que a proximidade e a presença de dois meios (líquidos, gasosos) se misturam criando um outro meio diferente.

A criatividade é uma simbiose que acontece quando mentes se juntam e partilham ideias sem negativismos, sem agendas escondidas, e sempre com um "... e se nós adicionarmos isto em vez daquilo?..." na ponta da língua. É o que resulta quando duas ou mais pessoas interagem de modo a que a idea de uma contribui para a ideia da/s outra/s e estas, por sua vez, chegam a uma outra ideia que altera ou melhora a que apareceu de início, num remoinho sem fim que por todos é aceite e que a todos beneficia.

A criatividade é isso. Vem dessa entrega de saberes sem egoísmos. Não há segredos nem fórmulas sobre a criatividade como alguns pretendem que seja...

Cabe a todos nós, às empresas e aos governantes proporcionar esse ambiente de partilha necessário para que a criatividade aconteça. A criatividade não responde a chamamentos vindos de pulpitos nem a apelos bombásticos ou autoritários.

Desenrascanço

Durante muito tempo associei o desenrascanço à preguiça de fazer alguma coisa bem. Ao chico-espertismo que pretende ludibriar o parceiro. E, seguindo o pensamento corrente, o desenrascanço é uma característica bem portuguesa. Pronto. Era assim. Um povo votado à mediocridade por fazer tudo, como se diz, "às trez pancadas".

Depois comecei a pensar que lá no estrangeiro o português não é visto como mediocre no que faz. Pelo contrário, em muitas profissões é preferido pela qualidade do seu trabalho. Trabalho bem feito, com os detalhes todos certinhos, e que nunca precisava de ser feito de novo.

E comecei então a pensar que, se calhar, o desenrascanço é outra coisa. Isto é, o desenrascanço não é preguiça de fazer as coisas bem, não é chico-espertismo. Esses existem, e são o que são, mas não são a causa nem a essencia do desenrascanço. O desenrascanço tem de advir de outra coisa qualquer. Mas o que será? Que dá aqui e não dá lá, no estrangeiro? Será que os ares deste jardim à beira mar plantado são nefastos? Não me pareceu ser uma razão viável.

Então, o que será esse maldito desenrascanço.

Bom, pensei eu, hei-de descobrir um dia.

E, como todos nós, fui à minha vida. Como qualquer cidadão, fui continuar a tratar de documentação, submeter pedidos de isto e daquilo às diversas repartições, obter aprovações para uma coisa ou outra, e, à medida que encontrava obstáculos, muitas vezes, sem nexo ou razão de existir, comecei a notar em mim uma vontade de fazer à minha moda e a desejar que as exigências das repartições fossem também à vida, embora não tivessem sido bem essas as minhas palavras.

Aí eu disse para mim mesmo - alto! Estás a fazer o quê? Estás a querer fazer as coisas que sabes fazer mas evitando as tais exigências que achas, se me permitem o termo, estúpidas? Será que, ao fim e ao cabo, tu decidiste desenrascar-te? Realmente parecia que sim.

Então voltei à minha pergunta sobre o desenrascanço. Será a falta de força de vontade para fazer bem? Ou será um modo prático e expedito de contornar as dificuldades complexas de um sistema acomplexado, quero dizer, complicado, que visa não deixar fazer, para não ficar mal feito, mas ao ponto de não permitir que se faça, nem bem nem mal?

E assim, passei a pensar, o cidadão desenrasca-se quando faz pela calada, ou conforme pode, mas faz, aquilo que precisa de ver feito, apesar das exigências legais ou até cívicas desses sistemas e procedimentos anacrónicos e escleróticos em que tropeçamos todos os dias.

Claro que muita vez sai asneira, como é vulgar ver nas fotos que correm por aí chamando a atenção para o país no seu melhor, mas isso é chico-espertismo, é o tal fazer mal feito por desleixo ou pior, por mediocridade. Isso, acho eu, é diferente. Já ultrapassa o desenrascanço.

O desenrascanço é um modo de conduzir a vida que permite suplantar a paralização dos sistemas que deveriam ajudar e não impedir o cidadão de viver a sua vida.

Eu acho!

Outra ideia...

Outro centro social ou moradia tropical simples

Por vezes há necessidade de um centro social ou de saúde com mais espaço do que já foi descrito aqui neste blogue sob o título de Uma ideia. Além disso, a tradição local pode estar mais associada a construções rectangulares, do que a construções circulares. É importante respeitar estas tendências locais e culturais.

Deste tipo de construção rectangular já há vários exemplos construidos em postos a bom uso, como o desta escola em Cabo Delgado, Moçambique:


É uma construção que está muito bem detalhada no site da organização Architecture for Humanity e combina bem métodos inovadores e tradicionais.

Mas vamos explorar um pouco esta outra ideia de construção modular simples e com características um pouco diferentes das até agora apresentadas.


Entre elas, um átrio interior, onde crianças podem brincar em segurança, e onde a família se pode reunir fora da vista de curiosos e intrusos. A cobertura central foi pensada para dar acesso às diversas divisões, mesmo debaixo de chuva, e aberto no centro para melhor circulação de ar, em particular, dando saída ao ar quente, de que temos bastante em África.

As coberturas são viradas para fora e umas vertendo sobre as outras, maximizando a colheita da água da chuva. Na planta simplificada abaixo podemos observar alguns destes pormenores.



Publiquei um modelo virtual desta ideia no site 3D Warehouse da Google. O 3D Warehouse é um repositório muito interessante e que permite avaliar os modelos lá publicados em 3 dimensões com o programa livre Sketchup fornecido pela Google.

A ideia está arquivada sob as palavras chaves nando, africa, e o projecto é a Moradia tropical simples.

Pronto. Aqui está para quem se interessar. Quem sabe? Esta ideia pode até mesmo nunca ser utilizada, mas se despertar outras, diferentes, melhores, ou mais apropriadas aos meios a que se possam destinar, folgo com isso.

A criatividade é uma simbiose que acontece quando mentes se juntam e partilham ideias sem negativismos, sem agendas escondidas, e sempre com um "... e se nós adicionarmos isto em vez daquilo?..." na ponta da língua. A criatividade é isso. Não há segredos nem fórmulas sobre a criatividade como alguns pretendem que seja...

Espero que este pequeno trabalho contribua para a melhoria das condições de vida de muita gente. Estou disponível e interessado em contribuir.

Namasté

p.s. Não há da minha parte qualquer interesse em promover companhias ou produtos mencionados neste ou em qualquer outro dos meus blogues. Apenas menciono o que uso, e como são de uso livre, não implicam dispêndios de dinheiro que pode ser usado nas construções.