Monday, August 13, 2012

Esteve boa a festa, pá!

Assisti emocionado à festa de encerramento das Olimpíadas de 2012 em Londres. Mas ainda bem que não era só eu quem estava emocionado. Toda a gente ali estava emocionada e festejava. Grande festa!
 
O espectáculo foi bom! Foi muito bom! Muita música e muita alegria! Uma celebração, uma festa feita para a juventude que participou nos jogos, essa juventude que deu tudo por tudo e que nos mostrou de quanto o ser humano é capaz. Uma festa também para todos, e para os voluntários e voluntárias, sempre sorridentes e atentos, que deram o seu tempo para que tudo corresse bem e não houvesse confusões, mas que no fim dançavam com os demais.
 
Foi linda a festa, pá!
 
Acho que dava para sentir o ambiente de calma e descontração que pairava na cidade. Para quem assistiu, sabe do que estou a falar. Para os que não viram, recomendo sinceramente que tentem ver uma gravação, que de certo muita gente fez.
 
Mas além de vir celebrar mais uma vez aquela celebração, também vim aqui queixar-me. Vim queixar-me, e mais uma vez, dos reporteres da televisão que não conseguiram deixar de fazer comentários extemporâneos sobre o custo e a rentabilidade do estádio, sobre o custo financeiro dos jogos, sobre o futuro daquele estádio e sobre a possível sub-utilização do mesmo. Isto custa dinheiro, diziam eles.
 
Ora bolas! Naquele momento em que se celebrava aquela juventude, aquele crème de la crème do nosso desporto, do desporto mundial, e a preocupação daquelas mentes mesquinhas eram as finanças? Como dizem os nossos amigos da terra onde serão os próximos jogos - oh meu, tem dó! E eu diria mais - já não há mais pachorra para o género!
 
Uma sugestão para esses iluminados da nossa precária TV - quando se canta o Feliz Aniversário numa festa de anos não se discute o preço do bolo. OK?
 
Deu para entender? 
  
Agora vou continuar a celebrar aquela gente!


Wednesday, August 8, 2012

O país do "não" nas Olimpíadas de Londres

Tenho acompanhado com muita ansiedade misturada de alegria e por vezes um pouco de tristeza o desempenho dos nossos atletas.
 
Tenho-me deliciado a ver pela televisão equipas e indivíduos com a nossa bandeira bordada no peito e o sangue luso no coração a dar tudo por tudo para conseguirem ficar bem colocados. Muitas vezes a vencer obstáculos com os quais nós nem sonhamos.
 
Tenho-os visto a bater atletas de países que consideramos "fortes" o que me tem dado muito orgulho, ansiedade e alegrias indescritíveis.
 
Mas também tenho observado e notado o modo como os nossos comentadores conseguem sempre encontrar uma maneira de expressar os deliciosos resultados obtidos em termos que considero negativos, derrotistas até.
 
Tenho ouvido comentários como - ah, aquele atleta por tantos décimos de segundo que não conseguia... a nossa equipa nem sequer chegou a... por pouco que aquela vitória não era desse ou daquela atleta. Se não fosse a adversária ter perdido o ritmo...
 
Aí as minhas emoções passam-se da ansiedade para a angústia e para a ira, para uma quase raiva que não sei explicar. Será que não há palavras diferentes para descrever o que os nossos atletas conseguiram? Para ilustrar o que quero dizer, deixem-me transcrever o parágrafo anterior de um modo mais positivo. 
  
Por exemplo - ah, aquele atleta conseguiu, por meros décimos de segundo, arrancar a vitória das garras do adversário... a nossa equipa conseguiu fazer aquilo que equipas consideradas mais fortes e com mais experiência não conseguiram... aquela vitória foi sensacional! Uma luta renhida até ao fim! A nossa atleta não perdeu o ritmo...
  
Só no país do não, que já descrevi aqui neste blogue, é que eu observei tal negatividade. Tenho muito receio que nos estejamos a deixar influenciar pelo país do não. Sei que não é longe, esse país, mas acho que temos garra para não nos deixarmos influenciar pelo que lá se faz. 
 
Será que os comentadores da televisão têm andado a visitar esse país do não tão frequentemente que já se deixaram cair nessas práticas tão derrotistas? Se isso é verdade, então é altura de se lhes retirar o microfone, e, já agora, o cartão do sindicato. 

Não merecem, nem um, nem o outro.